Prefeitura de Recife compra livros superfaturados e gera prejuízo milionário, diz jornal
Segundo publicação, prefeito João Campos estaria no centro da nova polêmica

A gestão do prefeito de Recife, João Campos (PSB-PE), está no centro de uma nova polêmica: a compra de livros didáticos superfaturados, segundo apontou um relatório do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE). O prejuízo estimado chega a R$ 3,3 milhões entre 2023 e 2024. A informação foi publicada pelo portal Metrópoles na manhã desta segunda-feira (24).
Preço surreal: o que diz o relatório?
Enquanto cada kit do aluno foi adquirido por R$ 58, o material para professores custou exorbitantes R$ 3.438 por unidade — uma diferença de mais de 60 vezes. A auditoria identificou um superfaturamento de quase R$ 1 milhão por ano só nessa aquisição.
Responsabilidades
O relatório sugere penalização do então secretário de Educação, Fred Amâncio — que recentemente pediu demissão em meio a outro escândalo envolvendo creches —, além de outros secretários, técnicos da prefeitura e a empresa contratada, a Mind Lab. A companhia pode ser multada em R$ 1,6 milhão.
Também foram encontrados indícios de direcionamento na escolha da Mind Lab, já que exigências técnicas do contrato impediriam outras empresas de concorrerem.
Reincidência em superfaturamento
Essa não é a primeira vez que um projeto da gestão de João Campos enfrenta acusações de superfaturamento. Em dezembro, o TCE já havia identificado um sobrepreço de R$ 7 milhões na construção do Hospital da Criança do Recife, uma das principais promessas de campanha do prefeito.
O que dizem os envolvidos?
A Prefeitura de Recife negou as irregularidades e afirmou que o relatório do TCE é preliminar, sem decisão final. Segundo a gestão, o programa Mente Inovadora está em vigor há mais de 10 anos e já mostrou impacto positivo no aprendizado dos alunos.
Já a Mind Lab declarou que não compactua com favorecimentos e que os processos de contratação seguiram a legislação vigente. A empresa reafirma que suas soluções tecnológicas são utilizadas há mais de 12 anos na rede municipal de ensino e que nunca enfrentou irregularidades em auditorias anteriores.
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